10) Star Trek e a Mulher





         Star Trek é uma série de Ficção Científica criada pelo genial Gene Roddenberry nos anos 1960. As famosas viagens estelares da nave ENTERPRISE nos levavam ao futuro com figurinos encolhidos, personagens marcantes e quebras de paradigmas.

Os Universos desbravados também eram aventuras interiores e filosóficas, a começar com a  Tenente Uhura (Nichelle Nichols), uma alta oficial e cientista da Frota Estelar. Martin Luther King cumprimentou a atriz numa festividade, agradecendo sua performance e a importância do seu papel para as futuras gerações, ao romper estereótipos raciais e sociais como a 1ª personagem negra num papel de elite intelectual. Neste mesmo dia, mais cedo, ela tinha pedido demissão para voltar a fazer musicais, sua paixão, mas Gene pediu para ela pensar mais um tempo, sabendo do possível encontro que teria à noite com Luther King. Depois disso, ela continuou no papel, consciente do seu papel no mundo, inspirando gerações!

A atriz Majel Barrett, futura esposa do Roddenberry, interpretou uma Capitã no 1º  episódio, que não foi aceito inclusive por isso. Mesmo ultrapassando paradigmas, a última fronteira da série nunca foi o espaço! Gene, então, questiona o machismo criando papeis fortes, como da historiadora MacGyver no episódio 23, no qual um homem do passado tenta dominar o coração da professora para tomar a Nave.

Sem protagonistas femininas e com os serviços domésticos feitos apenas por mulheres, não se chegou à Galáxia da equiparação dos sexos, nem mesmo com a lógica de Spock, um alienígena de Vulcano que simboliza esta luta (a mãe é uma Terráquea) e a da Razão X Emoção. Porém a série quebra outras fronteiras ao discutir Tecnologia x Vida; Belicosidade x Espiritualidade; Metafísica e Materialismo; Criança x Mal; Vícios x Onipotência; e a mensagem subliminar da devoção do Capitão Kirk pela Enterprise.

Explico: antes da série Outlander (2014), com James Fraser se dedicando à sua esposa sem perder sua aura heroica, todo herói cinematográfico criado perderia sua masculinidade se se dedicasse a uma mulher protagonista. Era preciso torná-la quase divina, como uma morta ou uma nave espacial. Mas a Enterprise “audaciosamente indo aonde nenhum homem jamais esteve” poder ser uma dica secreta para enfim honrar a mulher sem precisar lhe impor limites ou pedestal. 

Comentários