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Boa e a Má Consciência em Tempestade de Areia de Elite Zexer –
Em Sand Storm, filme israelita de Elite Zexer, somos confrontado
com o que Hellinger chamou de Boa e Má consciência: uma menina cheia de
mundos olha uma adolescente em busca dos sonhos, que olha a sua mãe lidando com
o destino, que olha a avó em sua história milenar. Elas se olham, mas não se
veem, como se uma tormenta de areia as impedisse de
enxergar. Tempestade feita de desejos versus a tradição.
Às vezes, elas se julgam e se desprezam, não reconhecendo seus
feitos e sabedorias, como em qualquer família normal. Elas também se amam e
vivem em volta de um homem só: o marido, o pai e o amante que, como elas, “não
tem” escolhas.
Por que evitamos algumas escolhas? Porque não vemos suas
implicações, mas sentimos seus efeitos. Porque o grilhão que cega o pensamento
não foi rompido. Só é possível ver o mundo com o suporte dos conceitos. Quem vê
algo que nunca foi conceituado não tem o instrumental cognitivo para reconhecer
aquela realidade e tomar decisões. Antes do Freud, por exemplo, “não havia” o
inconsciente. E antes de 1875 não havia o conceito de infância. Éramos tratados
com pequenos adultos aos 3 anos.
Por isso a importância da filosofia, da antropologia e da
sociologia. Sem uma forma de compreender o mundo (filosofia), a cultura
(antropologia) e nossas conexões (sociologia), somos presas do destino.
Exatamente como neste filme, em que o mundo das personagens parece não ter
saída.
Sem a antropologia não captaríamos a importância da cultura para
manutenção da identidade de um povo e, consequentemente, não entenderíamos o
que é o pertencimento e a exclusão numa Constelação Familiar. Sem a filosofia
não teríamos a fenomenologia, que levou o Hellinger a descobrir os tipos de
consciência. E sem a sociologia não chegaríamos aos princípios que fundam os
grupos sociais.
Em Tempestade de Areia vemos a nossa cara maquiada pela repetição
de destinos e como somos incapazes de solucionar o impasse entre a boa com a má
consciência: ou a escolha entre pertencer ou arriscar ser excluído,
principalmente quando os novos conceitos para mudança ainda não chegaram para
nos ajudar.
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