42) Os Estragos do Ego na Literatura e nas Relações

  


Os Estragos do Ego na Literatura e nas Relações

Mônica Clemente (Manika)

 

O ego tem a sua importância, desde que saiba do seu tamanho no grande drama humano: pequenininho. No entanto ele tem sido educado a se pensar maior até que o amor. 

 

Não existe literatura, nem cinema, sem conflitos. São eles que possibilitam o arco dramático dos personagens (a jornada de transformação) e prendem a atenção do leitor.

 

Não existiria “Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen, sem a forte atração entre o Mr. Darcy e a Lizzie lutando contra seus preconceitos e o orgulho de admitirem o que sentem.

 

Os mesmos inimigos ocultos (orgulho e preconceito) que um ser humano costuma enfrentar antes de querer ser feliz.

 

O que diferencia uma boa obra literária ou cinematográfica da outra é o manejo das fraquezas e grandezas humanas para a construção dos conflitos.

 

Na série Gossip Girl, por exemplo, o ego das personagens é tão fraco que as palavras que mais se escuta são “humilhação” e “desculpas”.

 

Qualquer espirro de um personagem faz outros se sentirem humilhados e dispostos à alguma maldade em retribuição, para depois pedirem desculpas com suas bolsas caríssimas, numa cena com comidas que não se adequam ao “shape” das atrizes e atores.

 

Na vida real, este mesmo ego frágil, disfarçado de símbolos de poder de mercado, é o mesmo que estraga as relações e fazem a gente se endividar com o que não precisamos, para agradar quem não gostamos para mostrar algo que não somos. 

 

E não tem roteirista capaz de consertar o estrago feito por um ego presunçoso tentando encobrir suas inseguranças.

 

Nenhuma relação na vida real se sustenta quando uma pessoa não aceita outra, porque não consegue ultrapassar seus próprios receios. 

 

Quando é mais fácil criticar, cobrar ou chantagear um parceiro sociável do que enfrentar a timidez.

 

Por isso que Outlander, de Diana Gabaldon, é diferente de tudo o que já foi escrito sobre relacionamentos.

 

O conflito de James e Claire Fraser são as vicissitudes da vida, que acabam por fortalecer os seus laços de amor. E  não a luta de egos entre os amantes.

 

E é por isso que Anna Karenina, de Tolstói, é um dos maiores clássicos da literatura. 

 

Ali, o ego das personagens não está despido da complexidade humana dentro do contexto social, mantendo-o no tamanho certo, pequenininho diante de tudo o que se pode viver.

 

Mônica Clemente (Manika)

 

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