Um lugar na mesa do amor
Mônica Clemente (Manika)
Há coisas que fazemos na vida adulta, por
hiatos na relação mãe e filho na infância.
Uma criança precisa dos cuidados práticos e afetivos
da sua mãe para ter uma vida emocional satisfatória.
Se os cuidados de ordem emocional são negados, esta
criança ficará desesperada pela atenção da sua mãe, fazendo qualquer coisa para
ser aceita por ela.
Na vida adulta, esta necessidade a fará trabalhar
mais do que precisa para ser aceita pelo patrão, clientes, cônjuge, filhos,
colegas e amigos.
Fincará ela em amizades ou relacionamentos com
pessoas que, a qualquer momento, farão cobranças ou retirarão o
amor se ela não atender às suas expectativas.
Se for mulher, pode buscar homens que tenham ou
saiam com outras mulheres para lhes trazer a mãe que ela busca
inconscientemente (Nem toda triangulação se baseia nesta dinâmica.)
Um hiato destes, pode fazer alguém buscar uma
formação para ter o amor das pessoas e não pela sua vocação.
E ter problemas de saúde sem solução, como mais uma
tentativa de forçar a mãe a dar o que não conseguiu.
Alguns desenvolvem distúrbios alimentares. Ora não
comendo nada para sumir como fazia a sua mãe. Ora comendo o mundo inteiro para
preencher o vazio.
É, também, por isso que as imagens de corpos sarados
manipulados digitalmente afetam a autoimagem e a alimentação de adolescentes e
adultos.
Há neles uma criança em busca da aceitação da mãe,
projetando esta necessidade na forma como acha que os outros a amariam.
Em todos os casos há uma criança rejeitada pela mãe
atuando nos bastidores, sem que houvesse um substituto adequado para aceitá-la
com amor.
A solução para a mãe é o “violino”, como naquele
filme “Os Camelos também choram”. Uma música triste a faz chorar os sofrimentos
entre ela e a sua cria. Só então ela fica disponível.
Alguns violinos se chamam Astrologia, Psicanálise,
Constelação Familiar, entre outros.
A solução para a filha ou filho adulto é aguentar a
solidão de quem desiste de tentar agradar quem ama a qualquer custo, só para
não ser rejeitada novamente.
“Só” para conseguir um lugar à mesa do amor.
Por ser uma solidão avassaladora, restará a ela surgir
das masmorras da autonegação e encontrar o lugar que sempre foi seu.
Mônica Clemente (Manika)
@manika_constelandocomafonte
#Mãe #amor #rejeição
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