Mônica Clemente (Manika)
A campanha “The Cost Of Gold” (O custo do ouro) fez uma ação no Oscar 2023 para conscientizar as estrelas de Hollywood para a crise humanitária e de saúde que o povo Yanomami tem enfrentado por conta do avanço de garimpos ilegais de ouro.
Desta forma, os 20 indicados ao Oscar 2023 receberam uma estátua de madeira do deus Yanomami Omama. Para a mitologia deste povo, Omama é o Criador da Natureza e tudo o que existe a partir dela.
Por isso, sua sabedoria e cuidado com todas as formas de vida, sua preservação e convivência harmoniosa com a Natureza.
Além disso, para os Yanomamis, a natureza não é um shopping center, muito menos um lugar para se extrair riquezas, mas a própria fonte de vida em suas múltiplas formas.
A campanha propõe a troca do brilho do ouro de uma estatueta pelo brilho da vida, simbolizado pela deidade indígena, mostrando que nenhum glamour apaga os crimes cometidos no maior território indígena do Brasil, a Terra Yanomami, nem a crise humanitária que estão expostos devido ao avanço do garimpo ilegal.
Para quem sabia desta iniciativa, assistir ao Oscar (que eu adoro) e ver o contraste de valores da nossa sociedade, como estrelas sendo escoltadas por conta das joias que acorrentam seus pescoços, ficou desconfortável.
O que eu fiquei me questionando foi: o que seria garimpo legalizado? Ele serve a quem?
A ação foi promovida pela agência DM9 e pela Urihi Associação Yanomami, representada pelo líder Júnior Hekurari Yanomami, um dos principais responsáveis por relatar ao mundo os caos sanitário vivido pelos indígenas dentro do território.
Foi a campanha que fez o filme desta postagem, O CUSTO DO OURO, estrelado por Hekurari, na língua do seu povo, alertando que o símbolo do sucesso no Oscar - neste caso o ouro, tem custado a vida do seu povo.
Aqui tem uma reportagem sobre sobre este movimento.
Em 2023 “The Oscar goes to” Povos Indígenas.
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